Existe
uma linha tênue entre tristeza e felicidade. Somos um complexo de sentimentos e
emoções que não compreendemos completamente, mas que insistimos em rotular e
“administrar”. Muitas vezes afogados em um turbilhão de pensamentos sobre possibilidades,
futuras ou passadas. Sem ao menos entender o que nos impulsiona para tais
pensamentos, sentimentos ou atitudes.
Travamos
uma batalha diária com nós mesmos, onde não existem amigos, família ou mesmo
sequer uma referência para onde possamos nos guiar. O antigo jargão
Shakespeariano de Hamlet entre “ser ou não ser”. Platão que existe por apenas
pensar.
No
entanto, “existir” seria o suficiente??? “Ser” nos satisfaria???
Por
que se importar tanto com um curto espaço de tempo que é a vida??? Por que esse
desejo insaciável de marcar a existência??? Por que lutar tanto por coisas que
não levaremos no fim???
Muitos
possivelmente já pensaram sobre isso uma vez na vida, mas o ponto é que não
existe ponto!!!
Então
todos vivem da “melhor” forma que encaram, com suas dúvidas, incertezas,
arrependimentos, remorsos e claro esperança. Esperança move o íntimo da forma
mais sutil possível, mesmo aqueles que digam tê-la perdido em algum ponto.
Pensamentos de como serão as coisas, como deveria ter sido se tivessem feito
algo diferente, dito algo, não dito nada, ter ficado, ter saído, ter levado,
ter deixado. Tudo isso paira sobre acontecimentos com resultados que não podem
ser alterados, mas que ainda sim existe uma esperança de mudança.
Entramos
em uma constante repetição de experiências que nos levam para rotinas
intermináveis. Perdemos noção de tempo e propósito. Deixamos de viver e
passamos a subexistir, nos movemos para a máquina não parar.
Com
isso tudo ainda vêm os objetivos, os desejos. Precisamos provar nosso valor,
mesmo que para nós mesmos. Temos que “vencer”. Lutar por algo, desde material a
emocional, sentimental. Mas e se esses “sonhos” não forem próprios??? E se
esses desejos não vierem de nós mesmos???
Altamente
influenciáveis como somos, seria difícil distinguir o que nos pertence e o que
nos é delegado.
Inconscientemente
procuramos algum alívio, algo que nos faça pensar que estamos fazendo o certo.
Religião,
drogas, música, TV, internet, “relacionamentos”, aventuras. Cada um se
anestesia como achar melhor.
Erguemos
catedrais para nossa dor. Uma solidão coletiva, um vazio em massa. Todos
dividem o mesmo sentimento de não compartilhar. Ignoram serem ignorados,
desejam o que não conhecem e desprezam o que é conhecido.
Não
se pode mudar aquilo que não entende. Mas não querem entender, queremos mudar,
mas tememos a mudança.
Vivemos
em um mundo frio, onde todos querem ser vistos, aceitos, reconhecidos e
lembrados. Onde tudo que é dito ou pensado se tornou crime. Nichos extremos de
política, cor, religião, sexualidade que por pouco se ofendem e com muito
reagem.
E
tudo isso por dividirem a mesma existência no mesmo planetinha e apenas
“pensarem” diferente.
Um
mundo ilógico que exige lógica. Um mundo onde todos estão errados “por estarem
certos”. Quando o maior problema do ser humano É ser humano. Aqui nossa
verdade pessoal supera o senso comum e se torna “mais verdadeira” que as
outras.
Pensamos
ser portadores de conceitos melhores e racionais que nos agradam e favorecem,
mas que rebaixam ou diminuem um outro.
Diante
de tantas atitudes irracionais, não seria lúcido chegar a conclusão alguma. “Só
sei que nada sei.” Também é muito vago. Sabemos de muita coisa, sabemos coisas
que “não deveríamos” saber. Mesmo que sendo uma “verdade” distorcida.
Estamos
em queda livre para um futuro desconhecido. E temos que ter em mente que antes
de atingirmos o chão, DEVEMOS passar pela queda. Entender que é um percurso que
deve ser feito. Então, por que não aproveitar???
Algumas
vezes penso que a vida é um quebra-cabeça, você não sabe a figura que vai
formar, não sabe se tem todas as peças, não sabe quantas peças a imagem possui
e muito menos quanto tempo vai ter para montar. Então começa uma corrida contra
o tempo que é indeterminado, algumas vezes é preciso se afastar para ver a
imagem melhor. Outras é preciso ir para uma outra parte, pois não existe a peça
para completar a primeira figura que daria “sentido”. É preciso procurar a
peça, imaginar no que pode se tornar aquilo tudo. Ter esperança que no decorrer
do tempo não tenha perdido nenhuma delas. Saber que, se foi perdida, nem sempre
existirá alguma para ser reposta.
Assim
segue a vida. Quanto mais o tempo passa, menos tempo nós temos. Um breve tempo,
uma breve existência e longas questões.
A única resposta que temos é que nada
vai ser respondido.
Apenas
um quebra-cabeça.
Texto
escrito por Thiago.
Revisado
e corrigido por Fernando Pontes.
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