Esse ano começou mal para alguns amigos
meus e também pra mim. Algumas tragédias pessoais que surgiram com a velocidade
e a força de um raio. Atingindo não só o físico, mas também humores e emoções.
O que fazer quando não se pode fazer
nada???
A quem poderia recorrer???
Alguém se prontificaria a me ajudar??? Se
sim, como poderia me ajudar???
Partindo desse princípio, o que motivaria
uma pessoa a ajudar outra???
Às vezes, me sinto como se tudo no mundo
girasse em torno de interesses pessoais. Ninguém baseia uma ação por apenas
fazer o “bem”. As motivações são estritamente pessoais. Ao invés de ajudar por
ser o certo, ajuda-se tão somente para sentir-se bem. Valores são substituídos
por sensações. Tentando preencher um vazio de si próprio. Aquilo que fazemos,
FAZEMOS POR NOS FAZER BEM. Se ao menos pudéssemos imaginar o que existe por
trás de cada ato de “caridade”. Quem sabe ficaríamos horrorizados, ou mesmo
surpresos! Pessoas que se acham “boas” por ajudar uma senhora a atravessar a
rua. Não é questão de facilidade, e sim de dever. Fazemos o que é fácil porque
o fácil nos convém.
O que vejo hoje não só no Brasil, mas no
mundo, é uma moléstia social.
Onde é incomum ajudar ou se mobilizar pra
ajudar alguém. E eu não me refiro a compartilhar fotos em redes sociais. Isso
NUNCA mudou nem MUDARÁ nada!!! Não você não está fazendo a sua parte.
Então qual é a minha parte???
Isso só você pode dizer. Nós
estabelecemos nossos próprios limites. Quando alguém dá esmola pra um menor
abandonado comprar pão-CRACK- e acha que isso é a sua parte, ótimo. Se alguém
te pede pra carregar as sacolas pesadas do mercado e assim é feito,
maravilha... você fez a sua parte.
Mas então eu pergunto:
Você fez a diferença??? Você será lembrado
por ajudar uma senhora a atravessar a rua??? Por carregar o caderno de alguém
quando o ônibus está cheio??? Será respeitado por compartilhar fatos banais
sobre animais mortos, reality shows e outras baboseiras???
A verdade é que ninguém quer sujar as
mãos. Quando percebemos que nossa “ajuda” não é o suficiente, simplesmente
desistimos de ajudar. Colocamos dificuldades, inventamos desculpas. Mas existe um
ponto que passa despercebido: nos escondemos atrás de nossas justificativas e
isso faz com que nos sintamos bem. Traz um certo alívio a uma consciência
facilmente manipulada. Mas e se amanhã o jogo virar??? Se amanhã eu precisar de
uma ajuda ou favor que neguei, como será???
Disso tudo eu tiro somente uma certeza:
não faz quem pode e sim quem quer.
Muitos podem e têm condição, mas se negam
a compartilhar.
Quem sabe você que leu este
texto, lhe veio à mente algo que poderia ter sido feito e não foi. Quem sabe
achou que eu me referi a dinheiro. Uma ajuda não se limita a isso, um sorriso,
um aperto de mão, uma mensagem de texto, uma conversa ou somente ouvir. Tudo
feito de forma em que quem precisa possa se sentir bem. Algo que possa afastar
esse vazio que todos têm. Não devemos limitar, devemos fazer o necessário.
Tudo que você precisa agora está em você. Mas de uma coisa
eu tenho certeza, nós precisamos mais de ações do que de milagres.
Texto escrito por Thiago.
Revisado e corrigido por Fernando Pontes.
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3 comentários:
Quanta verdade lançada na cara de todos! Isso é quase uma surra virtual pra quem nunca aprendeu! Concordo primo, e complemento com a idéia distorcida que as pessoas tem de que somente dinheiro alivia a situação de alguém. Adorei ^^
Bjos
me lembrou uma poesia: joguei uma pedra n'agua ,de pesada foi ao fundo,e os peixinhos todos gritaram:viva dom Pedro segundo!!!não tem nada a ver com o texto mas foi o que eu lembrei no momento em que li!!
Tem talento.
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